Na parte 1, vimos como o programador é a base de praticamente tudo que se faz em Tecnologia da Informação — um profissional essencial, que domina as linguagens e transforma ideias em código. Nesta segunda parte vamos avançar para carreiras que exigem uma visão mais estratégica, técnica e especializada dentro da área.
Aqui, você vai conhecer melhor o trabalho de Engenheiros de Software, Analistas de Sistemas, Arquitetos de Software e Administradores de Redes. Essas profissões exigem não apenas domínio da programação, mas também capacidade de análise, planejamento e tomada de decisão em projetos mais robustos e complexos.
Vamos explorar as funções, formações recomendadas, certificações valorizadas e o que o mercado espera de quem deseja seguir por esses caminhos.
Na Parte 3, abordaremos as áreas mais aquecidas da atualidade: Segurança da Informação e Inteligência Artificial — setores em constante crescimento, que exigem atualização contínua e oferecem grandes oportunidades para quem busca estar na fronteira da inovação em TI.
Se você está em dúvida sobre qual caminho seguir, continue a leitura e entenda qual dessas funções combina mais com o seu perfil.
Engenharia de Software
Engenharia é a arte de aplicar os conhecimentos científicos à invenção ou aperfeiçoamento. A engenharia de software é a aplicação destes princípios ao desenvolvimento de software.
O trabalho do engenheiro de software é voltado ao planejamento, desenvolvimento e manutenção de sistemas de software. Eles desenvolvem, projetam e testam diferentes tipos de software sejam jogos de computador, sistemas operacionais, bancos de dados e até aplicações médicas. O engenheiro precisa ser capaz de fazer a ponte entre os requisitos de um projeto e a solução final.
As atividades do engenheiro de software são facilmente confundidas com as do programador. Apesar do engenheiro realizar algumas atividades que são de responsabilidade dos programadores, ele precisa ter uma visão mais global do desenvolvimento do sistema, diferenciando papéis, fluxos e definindo responsabilidades para os membros da equipe.
Os profissionais que buscam trabalhar como engenheiros de software, precisam ter domínio da língua inglesa, já que a maioria das informações sobre programação estão nesse idioma.
Para trabalhar como engenheiro de software, algumas certificações são consideradas essenciais ou altamente valorizadas no mercado, pois validam conhecimentos técnicos, metodologias ágeis, segurança e habilidades em nuvem. São buscadas certificações em metodologias ágeis (CSM, PMI-ACP), desenvolvimento e arquitetura em nuvem (Azure, AWS), segurança (CISSP) e certificações técnicas específicas (CSDP) são as mais essenciais e valorizadas para impulsionar a carreira no mercado atual.
Assim como as demais áreas de tecnologia da informação (TI), o mercado continua aquecido, a demanda por esse profissional costuma ser muito grande, e é mais restrita a empresas da área de tecnologia, em comparação com o programador.
Análise de Sistemas
A análise de sistema tem como foco encontrar o melhor caminho para que a informação possa ser processada, avaliando os equipamentos utilizados (hardware), programas (softwares) e o usuário final.
Verifica, por exemplo, quais as máquinas utilizadas para armazenamento, quais programas serão utilizados para sua gestão e como ocorrerá o acesso desses dados, ou seja, o analista de sistemas é o profissional encarregado de sistematizar informações, e encontrar a melhor e mais racional forma de processá-las.
A profissão é demandada por empresas e órgãos que buscam a integração de seus sistemas de informação, por exemplo, possibilitar que em uma empresa as informações referentes ao setor comercial e ao setor financeiro possam ser acessadas no mesmo software.
Este profissional também é responsável pelo levantamento das necessidades específicas do cliente e desenvolvimento de programa específico com base nas informações colhidas. Assim é importante que este profissional tenha conhecimento abrangente, inclusive de assuntos referentes à administração de empresas.
Dentro das organizações é comum ter dois profissionais da área de análise de sistemas com focos distintos, há o analista de sistemas mais técnico, que tem foco em desenvolvimento do produto, programação e busca de novas linguagens. E há o analista de campo, que deve conhecer de negócios, e ter bons conhecimentos de modelagem, atuando como a ponte entre o cliente e o programador.
O profissional que decide seguir essa área pode realizar atividades como:
- Criação de produtos e serviços computacionais (sistemas e programas).
- Administração de projetos (projetos de programas, banco de dados e coisas afins).
- Prestar suporte aos usuários.
- Gerenciamento do fluxo de informações geradas e espalhadas pelas redes de computadores.
- Identificação dos requisitos, quais os requisitos para que um sistema possa ser implementado por um empresa.
- Análise de projetos do sistema, implantação e acompanhamento dos sistemas pedidos pelos usuários.
Além de atuar em empresas de T.I desenvolvendo sistemas, o analista pode trabalhar em empresas que não são diretamente ligadas a área de T.I, muitas empresas possuem departamentos voltados a gestão de informações e suporte.
As exigências para ter uma boa colocação no mercado são altas, é importante fluência em inglês, conhecimento sobre gerenciamento de projetos e processos, e certificações, a mais utilizada na área é a certificação em UML (Unified Modeling Language).
Arquitetura de Software
O Arquiteto de Software é o profissional responsável por idealizar como o sistema será estruturado e desenvolvido. Trata-se de uma função estratégica, que exige ampla experiência e profundo conhecimento técnico — por isso, não é voltada para recém-formados, e sim para profissionais que já passaram por diversas etapas do ciclo de desenvolvimento de software.
Apesar da sua importância crescente, a atuação do arquiteto de software ainda não possui um modelo único ou padronizado, variando bastante de acordo com o porte da empresa, o tipo de projeto e a cultura organizacional. Em algumas organizações, ele tem um papel mais técnico e próximo da equipe de desenvolvimento; em outras, sua função é mais voltada ao alinhamento com as estratégias do negócio.
Historicamente, o arquiteto tinha como função definir quantas máquinas, quais as tecnologias e o alinhamento destas com a estratégia da organização, mas não participava da construção do software, ou seja, nos códigos – ou nos diagramas de sequência, esse arquiteto ficou conhecido como arquiteto organizacional.
Essa abordagem distanciava cada vez mais o arquiteto dos problemas e das soluções que cada estilo e ferramenta implicam no dia a dia da equipe. Hoje a definição da função do arquiteto é manter a coerência entre as partes envolvidas em um projeto.
Ele é o profissional que oferece uma solução técnica que seja alinhada ao tipo de negócio da empresa, além de ser um facilitador técnico para a equipe de desenvolvimento. É preciso que esse profissional tenha conhecimento de diversas tecnologias e possua uma vasta experiência em projetos.
Administração de Redes
Diferentemente do analista de redes, que lida com redes locais e tem maior foco em instalação e configuração de redes, o administrador de redes está mais focado na infraestrutura como, servidores, cabos e computadores.
Este profissional deve zelar pelas boas condições da infraestrutura de comunicações e redes, devendo não só garantir o seu funcionamento como também supervisionar a atividade na rede, avaliar o fluxo de tráfego e garantir o nível de serviço e intervir. Além de monitorar as condições de segurança em conjunto com o responsável de segurança.
Para que tenha um bom desempenho como administrador de redes, além da graduação, é importante que possua conhecimentos em Windows Server, Linux, redes TCP / IP, comunicação de dados e interligações de redes, serviços de rede, serviços de monitoramento de tráfego e redes de computadores e conhecimentos em intranet, internet e extranet, redes wireless e telefonia.
O profissional deve ter interesse em buscar alternativas técnicas e gerenciais, possuir facilidade de comunicação, e trabalhar como mediador com o departamento de informática nas questões técnicas e administrativas da rede local.
Há várias certificações na área de redes. As principais exigidas pelo mercado são as certificações Cisco (CCNA, CCDA, CCNP, CCDP e CCIE), para quem vai atuar na área de infraestrutura de redes a nível de roteadores e switches. Para quem vai atuar na área de projetos e implantação de cabeamentos estruturado tem as certificações da Furukawa(FCP Fundamental e FCP Master).
Conclusão
Como vimos, o universo da Tecnologia da Informação vai muito além da programação. Carreiras como Engenharia de Software, Análise de Sistemas, Arquitetura de Software e Administração de Redes exigem um olhar mais amplo, estratégico e multidisciplinar. São funções fundamentais para a construção, gestão e evolução de sistemas robustos e eficientes, presentes em praticamente todos os setores da economia.
Mas o setor não para por aí — pelo contrário, está em constante transformação. E algumas áreas vêm ganhando cada vez mais espaço, investimento e relevância: Segurança da Informação e Inteligência Artificial.
Na Parte 3, vamos explorar essas duas áreas de ponta, que reúnem grandes desafios e também grandes oportunidades para quem quer se destacar e crescer rápido nesse mercado.