O que faz um advogado? Rotina, áreas de atuação, desafios e como é trabalhar na advocacia

Quando se fala em Direito, muitas pessoas logo imaginam um advogado em um tribunal, acusando ou defendendo um réu. Embora essa cena realmente faça parte da rotina de alguns profissionais, a atuação de um advogado é muito mais ampla e diversa do que isso.

Conforme visto no guia do curso de Direito, essa formação tem como foco o estudo das normas que regulam as relações em sociedade. São essas leis que garantem a organização social, protegendo deveres, direitos e liberdades individuais. E é justamente o advogado quem se dedica a compreender profundamente essas regras, utilizando esse conhecimento para defender os interesses das pessoas e resolver conflitos dos mais variados tipos, seja na esfera criminal, familiar, trabalhista, empresarial, civil, ambiental ou dos direitos humanos.

Como é a rotina e as principais funções do advogado

O advogado é uma peça fundamental na administração da justiça, atuando não apenas como representante em processos judiciais, mas também como orientador jurídico, mediador, negociador e estrategista. Sua missão vai além de brigar na justiça: muitas vezes, ele atua de forma preventiva, ajudando pessoas e empresas a evitar problemas futuros através de orientações, contratos, pareceres e acordos.

A rotina desse profissional envolve uma série de atividades que, na maioria das vezes, são bastante burocráticas e técnicas. Entre elas estão a análise de casos, a interpretação das leis, a elaboração de petições, contratos e documentos legais, além da participação em audiências e negociações. Seja dentro ou fora do tribunal, o advogado busca sempre a melhor solução para proteger os direitos de seus clientes.

É importante entender que existem diferentes formas de atuar na advocacia. O advogado pode trabalhar em escritório próprio, como associado em uma banca, em empresas, como funcionário público ou até prestando serviços para organizações específicas. Além disso, a profissão permite diversas especializações, como direito penal, civil, trabalhista, empresarial, ambiental, entre outras. Há ainda quem atue com ensino jurídico, auditoria, planejamento, consultoria ou assessoria jurídica.

Advocacia sem processo e uso de IA: as novas formas de atuar no direito

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Foto de Surface na Unsplash

Nos últimos anos, cresceu muito a chamada advocacia extrajudicial, ou seja, aquela que não depende de um processo judicial para resolver questões. Nesse tipo de atuação, o advogado ajuda seus clientes a resolver conflitos de forma mais rápida, através de acordos, mediações, regularização de documentos, inventários, divórcios consensuais, usucapião, entre outros. Esse tipo de serviço é cada vez mais valorizado, pois oferece soluções mais eficientes e menos desgastantes.

O uso da Inteligência Artificial (IA) está transformando profundamente a advocacia. Ferramentas inteligentes já assumem tarefas que antes tomavam horas dos advogados, como revisar contratos, organizar documentos, elaborar minutas e até auxiliar na redação de petições. A pesquisa jurídica, que costumava ser longa e cansativa, agora é feita em segundos, cruzando leis, jurisprudências e doutrinas. Além disso, sistemas de IA ajudam a analisar as chances de sucesso de um processo e agilizam o atendimento aos clientes por meio de assistentes virtuais.

Essa transformação traz mais produtividade e permite que o advogado foque no que realmente importa: pensar estratégias, negociar, mediar acordos e oferecer um atendimento mais qualificado. Ao mesmo tempo, exige que o profissional desenvolva novas habilidades, aprenda a lidar com a tecnologia e se adapte a uma rotina que, embora mais eficiente, continua exigindo organização, responsabilidade e atualização constante.

Como se destacar na advocacia: habilidades, ética e atualização constante

Infelizmente, no Brasil, a justiça é conhecida por ser lenta, cara e, muitas vezes, desigual, beneficiando quem tem mais recursos. Isso torna ainda mais necessário que existam profissionais competentes, éticos e comprometidos com a transformação dessa realidade. O advogado, portanto, não é apenas um técnico das leis, mas alguém que interfere diretamente na vida das pessoas e na construção de uma sociedade mais justa e organizada.

Por tudo isso, quem deseja seguir essa carreira precisa desenvolver algumas qualidades essenciais, como boa comunicação, capacidade de argumentação, habilidade para negociar, saber ouvir, ser conciliador e ter empatia. Afinal, o advogado lida com pessoas o tempo todo e, muitas vezes, influencia diretamente no destino delas.

Além disso, é uma profissão que exige constante atualização. As leis mudam, a sociedade evolui e novos desafios surgem. Por isso, quem deseja se destacar na advocacia deve investir sempre em educação continuada, especializações e até no uso de tecnologia, que tem se tornado uma grande aliada na gestão de processos e na otimização do trabalho.

Ser advogado é, sem dúvida, um grande desafio. Mas também é uma oportunidade de exercer um papel fundamental na defesa da justiça, dos direitos e na promoção de uma sociedade mais equilibrada.